Com uma frota envelhecida e última aquisição em 2009, o Metrô-DF segue atrás de outras capitais na modernização de seus trens esofre com manutenção deficiente. Em julho deste ano, um carro da companhia pegou fogo, sendo o segundo incêndio no transporte somente em 2024 - Foto: Divulgação / Redes Sociais

Incidentes reforçam a urgência de renovação e melhorias no transporte público do DF que chega com 15 anos de atraso


O Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou recentemente um projeto ambicioso para modernizar o Metrô-DF, que prevê a aquisição de 15 novos trens, com um investimento de R$ 900 milhões. Embora a proposta tenha sido recebida de forma positiva em relação ao futuro do transporte público na capital, críticas emergem devido à demora significativa para implementar as melhorias, especialmente quando se considera que a frota não recebe novos trens há 15 anos, desde 2009.

Em um cenário em que outras capitais brasileiras avançam em modernizações e melhorias em suas redes de transporte, Brasília parece ter ficado para trás, prejudicando milhares de brasilienses que dependem do Metrô-DF diariamente. A falta de manutenção adequada nos trens atuais e os incidentes recorrentes, como incêndios recentes em vagões, só intensificam as críticas sobre a gestão do transporte público na capital. Um desses incidentes ocorreu em janeiro de 2024, entre as estações Concessionárias e Águas Claras, e outro, em julho, logo após a saída de um trem da Estação Central. Apesar de não ter havido vítimas, esses episódios destacam a insegurança crescente e a negligência com a frota.

O plano atual do GDF visa reduzir o intervalo entre os trens de 3 minutos e 48 segundos para cerca de 2 minutos e 36 segundos, além de modernizar os sistemas de energia e sinalização. No entanto, especialistas e usuários questionam se essa modernização será suficiente para reverter anos de descaso e se as promessas de maior eficiência e segurança se concretizarão na prática.

Gestores da Semob e do Metrô-DF participam da InnoTrans em Berlim; GDF planeja comprar 15 novos trens por R$ 900 milhões | Foto: Divulgação/Semob

As autoridades do GDF, incluindo o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, e o presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral, participaram recentemente da InnoTrans, a principal feira internacional de transporte ferroviário, em Berlim, para buscar soluções tecnológicas viáveis. Contudo, o esforço de modernização, embora necessário, é tardio e amplamente criticado por sua lentidão.

A população do Distrito Federal, que sofre com longos tempos de espera e trens superlotados, merece mais do que apenas promessas. A realidade é que a falta de investimentos contínuos em manutenção e a demora na renovação da frota comprometeram gravemente o sistema de transporte, elevando o desconforto e a insegurança dos usuários. Com a pressão crescente, fica a expectativa de que o governo local execute as mudanças com a urgência que a situação exige, garantindo não apenas um transporte mais eficiente, mas, principalmente, seguro para todos.

Frota antiga

O Metrô-DF possui uma das frotas mais antigas do Brasil, com média de 20,6 anos de idade. A última compra de trens foi em 2009, colocando Brasília atrás de outras capitais em termos de modernização. Apesar de um projeto aprovado para a aquisição de 15 novos trens, o processo ainda deve demorar de dois a três anos devido à burocracia e à complexidade da licitação.